sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Clientes sofrem assédio psicológico para utilizar cartões de crédito





São várias as maneiras de consumir, mas a facilidade de possuir e comprar com o cartão de crédito é tentadora para o indivíduo. Ainda mais com as inúmeras ligações feitas pelas empresas para oferecer os cartões de crédito. Como lidar com as ofertas destes administradores? São intermináveis as ligações feitas por eles, e maior ainda a insatisfação das pessoas. Ou seja, muitas delas se sentem assediadas psicologicamente com os discursos utilizados pelos vendedores, que sempre fazem propostas irrecusáveis. É o caso de Marcelo Fontes que chegou a receber 15 ligações por dia e disse ser difícil não se sentir atraído pelas propostas. “Eles fazem você pensar que as vantagens em utilizar cartões de crédito são incomparáveis a outros meios. Mas a maior dificuldade é ter que tolerar a insistência dos vendedores. Em vários momentos pensei que não fosse resistir”. Já a vendedora Danielle Zani da Costa, utiliza vários cartões de crédito e disse já ter recebido propostas até de prêmios. Apesar de considerar vantagem poder comprar na hora e tudo o que quiser, reclama que não dá pra prestar atenção no valor das compras, então há acúmulos. “Aí que mora o perigo, no final podemos não ter condições de pagar o valor total. Considero que as vantagens são meras ilusões”.



De acordo com o gerente administrativo, Júlio Sakai, o trabalho de oferecimento de cartões é feito através da abertura de conta, outro tipo de relacionamento que tenha a presença do cliente e também pela filtragem do banco de dados, isto é, a busca dos clientes via telemarketing. O administrador conta que os profissionais da agência não têm um curso específico ou treinamento, mas eles devem cumprir uma meta anual que é dividida por 12 para visualizar a meta mensal. “Temos algumas reuniões gerenciais onde é mostrado o nicho de mercado a ser atendido, e objetivos que podemos alcançar com certos tipos de atuações”.



A psicóloga clínica Maria Elisângela dos Santos Galvão Santana considera que os vendedores de cartão de crédito fazem o que podem para induzir o usuário a adquirir seu produto. “A meu ver a conscientização deve vir por parte da pessoa assediada em adquirir o cartão, mesmo porque os vendedores acabam acatando com um número grande de inadimplentes”. Ela também desconhece algum estudo específico que mostre as reações que esse tipo de assédio pode causar, mas acredita que seja um aumento abusivo do poder de compra do indivíduo, descontrole em relação as próprias finanças, falta de prioridade na compra de produtos e incentivo ao consumo. A maior dificuldade do compulsivo é em dizer não, impor limites.



Portanto, as empresas de cartões de crédito e até mesmo o comércio local tendem a tirar proveito dessa situação. “Os compulsivos muitas vezes gastam com coisas que nem sempre são úteis ou então para presentear outra pessoa apenas para ter uma satisfação provisória que é vista no cérebro como muito prazerosa”. A psicóloga alerta as pessoas com tendência a serem consumistas e ansiosas a buscarem ajuda psicológica, e em casos mais graves deve haver também a intervenção de um psiquiatra para ministrar medicações que agem no organismo para controlar ansiedade e diminuir também o impulso às compras. “É importante ressaltar que cada pessoa reage de uma maneira e os casos devem ser avaliados individualmente”.





Segundo o presidente do Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roberto Alfeu Pena Gomes, 67% das pessoas que compram por meio do cartão de crédito atualmente possuem renda de R$ 1 mil a R$ 1,7 mil. Ele explica que o comércio faz um trabalho de corpo a corpo com os parlamentares para acelerar o novo marco regulatório para o setor de cartões de crédito. Isso porque, na avaliação dos lojistas, os cartões são "grandes sugadores do dinheiro dos consumidores", que poderia ser utilizado em novas compras a varejo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

“O tempo é uma invenção, não existe”

Prestes a completar 80 anos,Thereza Cardoso Capistrano comemorou no dia 23 de abril de 2007, 50 anos de casada e também 79 anos de idade. Ao lado do advogado e voluntário Gabriel Capistrano, ela teve 3 filhos, Lúcio Cardoso Capistrano, Vitória Maria Cardoso, Carlos Henrique Cardoso e também 3 netos; Gabriel, Paulo e João Vitor.Nomeada pelo Estado, a professora e diretora trabalhou na Escola Estadual Doutor Luiz Pinto de Almeida, que na época foi considerada a melhor escola da cidade. Em seguida, atuou como diretora na Escola Estadual Sanico Telles, onde se aposentou após 30 anos de jornada.

Mesmo na terceira idade, ela é um exemplo de que com os cabelos brancos, ainda é possível dar frutos e fazer a diferença na sociedade. Natural de Santa Rita do Sapucaí - Minas Gerais, a santa-ritense que estudou até o 2º grau e se formou como normalista é voluntária da Creche de Santa Rita desde a sua fundação, cujo nome era Nossa Senhora do Carmo e que também era presidida pela fundadora Clélia Sodré Capistrano. A creche foi inaugurada no dia 16 de julho de 1963, e Thereza já participava algumas vezes, mas em 1988. Ela se envolveu completamente, no que já faz 30 anos que projetos e sonhos são realizados através desta guerreira.

O início da carreira como professora em 1950, apenas dilatava o amor que cada vez mais trazia a convicção de que inúmeras crianças a esperavam para receber sua atenção e carinho. Dona da frase “O tempo é uma invenção, não existe”. A senhora a frente de seu tempo faz questão de afirmar. “Estamos neste mundo para vencermos as diferença, os preconceitos, amar o próximo, e quando digo que o tempo não existe, quero dizer que nunca é tarde para fazer alguma coisa. Não importa a idade, o que importa é fazer”.

É nesse mesmo ritmo e harmonia que Thereza é responsável pela entidade que atende 135 crianças de 4 meses a 7 anos da zona rural e zona urbana. As crianças participam de eventos, de programas de saúde como vacinação, prevenção odontológica com orientação de agentes da saúde e ainda tem atividades recreativas e pedagógicas. As aulas são lecionadas por professores preparados e toda alimentação é acompanhada por nutricionistas.

A Creche Santa Rita é uma instituição que trabalha em prol da comunidade santa-ritense e tem como principal objetivo dar assistência aos filhos para que os pais que não têm condições de pagar uma babá possam trabalhar com tranqüilidade. Thereza que também é a Presidente do Conselho Tutelar, mesmo não tendo conhecimento aprofundado sobre burocracia, todos os fatores burocráticos são solucionados por ela. Além disso, também é registrado através do CNPJ da Creche, convênios em outras instituições como, por exemplo, o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações). Neste convênio, menores de 14 a 17 anos trabalham registrados e recebem um salário mínimo com todos os direitos. E depois, são encaminhadas para o mercado de trabalho conforme a desenvoltura de cada um.

Qualquer tipo de dificuldade que seja preciso enfrentar para a benevolência de Santa Rita do Sapucaí faz com que Thereza não se sinta atraída pela desistência. “È grande a peleja, mas o sabor da vitória é incrível”. Com toda modéstia, esta mulher vista pela sociedade santa-ritense como brava, não faz questão de ser citada e nem lembrada, o que é inevitável pelos moradores da cidade.

Dona Thereza Capistrano Cardoso é um exemplo de como ser solidário. “O que importa é o resultado, o efeito e não o agente”. Mesmo, sem ter sido agraciada ainda com uma homenagem à altura do seu exemplar porte de cidadã, seu nome já está consagrado na história de Santa Rita do Sapucaí. s e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias